Lucas 2.1-7
É muito interessante observar a providência de Deus em relação ao local do nascimento de Cristo.
O profeta Isaías tinha dito que o Salvador nasceria em Belém (versículo 2). No entanto, Maria vivia em Nazaré, a cerca de 110 quilômetros de distância de Belém. Deus poderia facilmente ter ordenado a Maria que fosse a Belém. Mas, em vez de fazer isso, ele operou circunstâncias que a induziram a ir para lá.
O grande imperador de Roma, que possuía os principais países do mundo, e entre eles, Canaã, a terra dos judeus, desejou neste momento fazer um recenseamento de seus súditos. Ele emitiu uma ordem para que seus nomes fossem registrados em um censo. José, sendo descendente do Rei Davi, foi à cidade de Belém (onde Davi nasceu) para ter seu nome registrado, e sua esposa Maria o acompanhou.
César Augusto, o Imperador de Roma, mal sabia que, por meio deste decreto, ele estava cumprindo uma profecia a respeito do Filho de Deus. Afinal, ele não tinha conhecimento algum do verdadeiro Deus ou de sua palavra. Mas nós, que lemos a história, devemos admirar os caminhos de Deus. Como ele pode facilmente fazer acontecer tudo o que determinou! Seus planos são grandiosos e seus feitos, poderosos (Jeremias 32.19). Portanto, seria muito incrédulo de nossa parte nos preocuparmos com o futuro, pois não há nada que possamos desejar que Deus não possa facilmente fazer acontecer; e se ele não o realiza, é porque a coisa que desejamos não está de acordo com seus próprios desígnios sábios e graciosos.
Quando Maria chegou a Belém, ela foi obrigada a se hospedar em um estábulo. A estalagem estava cheia, pois muitos também estavam lá para terem seus nomes registrados. Assim, aconteceu de seu santo bebê nascer em um estábulo e ser colocado em uma manjedoura.
Ficamos surpresos por o glorioso Filho de Deus ser recebido assim neste mundo? Lembremo-nos de por que ele veio. Não para divertir-se, mas para nos salvar. Para nos salvar, duas coisas eram necessárias. Que ele obedecesse à lei de Deus, que nós havíamos quebrado, e que ele sofresse a punição devida a nós por quebrá-la.
Para que pudesse cumprir essas coisas, ele sempre se encontrou em circunstâncias de sofrimento. Pobreza e desprezo o acompanharam em sua infância. O mais esplêndido palácio na terra teria sido uma morada humilde demais para aquele a quem o céu dos céus não pode conter. Contudo, em vez de abrir seus olhos infantis em um palácio, ele os abriu em um estábulo. Para aquele que era igual a Deus, habitar com os homens já era uma maravilhosa condescendência, mas no estábulo ele também estava rodeado por animais! O que os anjos que o haviam adorado no céu devem ter sentido quando o viram assim rebaixado! No entanto, esse tratamento não era comparável ao que ele depois suportou no Calvário. Conforme ele caminhava por este mundo, a cada passo seu caminho se tornava mais áspero; seu primeiro leito foi uma manjedoura, mas o último foi uma cruz. E foram os homens, a quem ele veio redimir, que o trataram dessa maneira. E não o tratamos todos nós da mesma forma, excluindo-o de nossos pensamentos e crucificando-o com nossos pecados? Sim, somos todos culpados diante de Deus, e apenas Jesus é justo. Mas ele não é justo para si mesmo, mas para nós; nem sofreu por si mesmo, mas por nós. Ele foi lançado fora para que pudéssemos ser incluídos. Ele foi rejeitado pelos homens para que pudéssemos ser aceitos por Deus.