Tudo que ele fez é apropriado ao seu tempo. Também colocou a eternidade no coração do homem; mesmo assim, ele jamais chega a compreender inteiramente o que Deus fez. (Eclesiastes 3.11)
No mais profundo de nossos ossos, sabemos que fomos criados para viver para sempre. É por isso que somos atraídos por histórias como As Crônicas de Nárnia e Frozen, nas quais a morte, no fim das contas, é uma mentira.
Mas não ansiamos apenas por viver para sempre; também ansiamos por ser produtivos para sempre. Claro, nem sempre sentimos isso. O pecado tornou o trabalho e nossos esforços para sermos produtivos difíceis. Mas algo em nossa alma (e na Palavra de Deus) nos mostra que o trabalho foi criado para ser algo muito bom (veja Gênesis 1 e 2).
Acredito que todos nós já tivemos vislumbres do que o trabalho deveria ser antes da Queda. Você faz uma apresentação de vendas impecável e sente que nasceu para aquilo. Ou termina de escrever um excelente capítulo e mal pode esperar para compartilhá-lo com seu cônjuge. Ou finca o último prego em uma mesa e, ao recuar para contemplar sua criação, sente um orgulho saudável.
Se você já experimentou um desses momentos, sabe como é desejar que esse tipo de trabalho dure para sempre. Você não quer que acabe, porque todos sabemos que fomos colocados neste mundo para fazer algo—para “deixar uma marca” que aponte para algum propósito. Arthur Miller expressou isso perfeitamente em A Morte de um Caixeiro Viajante, ao escrever que nosso desejo de “deixar uma impressão digital em algum lugar do mundo” é uma necessidade “maior do que a fome, o sexo ou a sede… Uma necessidade de imortalidade, e, ao admiti-la, o reconhecimento de que inscrevemos cuidadosamente nosso nome em um bloco de gelo num dia quente de julho”.
Tudo isso nos leva à primeira das cinco verdades que veremos nesta série: nosso anseio pela atemporalidade é bom e dado por Deus. Eclesiastes 3.11 deixa isso absolutamente claro ao afirmar que Deus “colocou a eternidade no coração do homem.” Como disse Jen Wilkin: “Deus… deu aos humanos, presos no tempo, um anseio pela atemporalidade”.
Esse é um dos temas centrais do musical Hamilton. Resumindo o que deseja da vida, Alexander declara: “Quero construir algo que sobreviva a mim”. Mas sua esposa, Eliza, não consegue entender essa necessidade de imortalidade. Ela o implora: “Apenas fique vivo, isso já seria o suficiente”.
Mas todos sabemos que isso não é suficiente. Sabemos que não fomos criados apenas para sobreviver e passar pela vida. Algo em nosso DNA, projetado por Deus, nos diz que fomos feitos para algo maior. Ser humano é trabalhar dentro de um tempo que nossa mente nos diz ser finito, mas que nossa alma insiste que não deveria ser. Então, por que o tempo é finito? Essa é a pergunta que responderemos na próxima semana!