Lucas 1.34-45
O anjo havia contado a Maria sobre o grande poder e glória do Filho que ela teria. Em seguida, ele lhe falou da santidade de sua natureza. O corpo dele seria milagrosamente formado pelo poder do Espírito Santo, mesmo sendo ele nascido de uma mãe humana. Jesus tinha carne e sangue como nós (Hebreus 2.14) e estava sujeito a todas as nossas fraquezas corporais. Ele precisava de comida e sono; ele experimentou a dor; ele derramou lágrimas e gotas de suor de sangue, mas ele era sem pecado (Hebreus 4.15). Ele era "santo, inocente, imaculado" (Hebreus 7:26.) Tal era a criança de quem Maria seria a mãe! Alguma criatura já recebeu notícias tão maravilhosas como as anunciadas a Maria? Ainda assim, ela creu. Sua fé era maior que a de Zacarias; e ela não recebeu nenhuma repreensão do anjo.
Que perspectiva se apresentava diante dela! Muitos não acreditariam em sua história e a tratariam com desprezo. Ainda assim, Maria estava disposta a suportar a provação. Ela disse: "cumpra-se em mim a tua palavra". Com frequência, Deus faz sofrer mais profundamente aqueles a quem pretende honrar mais sublimemente. Muitas vezes, quando Deus quer que a alma de alguém seja beneficiada (e esta é uma das mais altas honras), ele permite que suspeitas sejam lançadas sobre seu caráter. Por fim, todavia, ele vai esclarecer a inocência dessa pessoa.
Maria havia ouvido do anjo sobre a misericórdia demonstrada a Isabel; e ela foi imediatamente visitá-la.
Como é interessante ouvir o que aconteceu quando essas duas mulheres santas se encontraram! Havia uma grande diferença entre suas idades. Isabel era muito idosa — Maria não era velha — é provável que fosse muito jovem. No entanto, ela foi muito mais honrada do que sua parente idosa. Muitos idosos invejam os jovens, mas a piedosa Isabel estava pronta para honrar Maria. Quando ela viu a jovem, falou pelo poder do Espírito Santo e a reconheceu como a mãe do Senhor.
Deve ter sido confortador para Maria descobrir que Isabel também cria nas coisas que estavam para acontecer. Como ela deve ter se alegrado ao ouvir Isabel dizer: "Bem-aventurada a que creu".
Essas palavras não se aplicam apenas a Maria, mas a todos que creem. Em que devemos crer? Em todas as promessas de Deus.
Ele prometeu não rejeitar ninguém que venha a ele, mas oferece a vida eterna. Se acreditarmos nessa promessa, iremos a ele. Se nos aproximamos dele, quantas preciosas promessas nos pertencem! Deus prometeu ouvir nossas orações, fazer todas as coisas cooperarem para o nosso bem, nos livrar de toda tentação e nos dar, mesmo nesta vida, a paz que excede todo o entendimento. Aqueles que confiam nessas promessas descobrem que as coisas que lhes foram ditas se cumprem. Certa vez, uma mulher pobre deu uma boa resposta a um ministro que lhe perguntou: "O que é fé?". Ela respondeu: "Sou ignorante — não sei responder bem — mas acho que fé é levar a sério o que Deus diz".