08/Jan: A incredulidade de Zacarias (Lc 1.15-17)
Zacarias ficou tão espantado com a mensagem do anjo que quis ver algum sinal ou milagre para provar que o anjo vinha de Deus. Por que era errado Zacarias desejar um sinal? Porque ele já havia recebido um. A aparição gloriosa do anjo, que o encheu de medo, era sinal suficiente. Deus não deseja que acreditemos em coisas sem nenhuma prova. Se ele enviasse um profeta para falar conosco, nos daria algum sinal para mostrar que o profeta realmente vinha dele. Quando Moisés falou aos israelitas no Egito, ele lhes deu dois sinais; sua vara se transformou em serpente, e sua mão ficou branca com a lepra (Êxodo 4). Deus fica irado quando os homens não creem depois que ele lhes deu um sinal. Foi pecaminoso Zacarias não acreditar depois de ter visto o anjo glorioso. Assim, descobrimos que, embora ele fosse justo diante de Deus, ainda estava sujeito ao pecado.
A incredulidade é um grande pecado, pois é um insulto à verdade de Deus. O anjo repreendeu o sacerdote incrédulo, dizendo: "Ficarás mudo". Este castigo gentil removeria imediatamente as dúvidas de Zacarias e o lembraria de seu pecado. Deus lida desta forma com seu povo quando eles se esquecem de quão grande ele é.
Zacarias finalmente saiu do templo. Esperava-se agora que ele abençoasse o povo com aquelas belas palavras registradas em Números 6.24-27, começando com: "O Senhor te abençoe e te guarde"; mas ele não conseguia falar e fez sinais para mostrar ao povo o que havia visto no templo.
Cada divisão de sacerdotes permanecia para servir no templo de um sábado ao outro; em poucos dias, portanto, Zacarias retornou à sua própria casa entre as colinas. Que história ele tinha para contar a Isabel! Ele podia relatar tudo por escrito para Isabel. Que prova ela contemplou do poder de Deus no silêncio de seu marido! Devemos prestar atenção em como Deus lida com os outros. "Quem é sábio observe essas coisas, e considere atentamente o amor do SENHOR" (Salmo 107.43).
Como Isabel se comportou de maneira humilde e grata nessa ocasião! Ela reconheceu a bondade do Senhor por ter se dignado a olhar para sua aflição, pois ela havia sido exposta a muitas censuras por não ter filhos. Quando os problemas são removidos, tendemos a negligenciar a mão misericordiosa do Senhor! Talvez tenhamos sofrido com alguma provação — a falta de gentileza de um parente, o medo de uma doença ou a pressão da pobreza. Deus remove a provação, e nós esquecemos o quanto ela nos era pesada antes; e assim deixamos de agradecer ao Senhor sinceramente.
Um ministro santo chamado Rutherford, em uma de suas cartas, escrita há duzentos anos, diz que uma das coisas que mais lhe mostrava sua própria maldade natural era sentir-se mais disposto a clamar ao Senhor nas tribulações do que a agradecê-lo quando era libertado. Reflitamos sobre as coisas que nos perturbavam há alguns anos e abençoemos a mão que aliviou nosso fardo.